sábado, 6 de agosto de 2011

Nelson Jobim, Nietzsche e a idiotia!

Num evento comemorativo aos oitenta anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em que pude ter a honra de estar presente como vice-presidente da juventude tucana da Bahia, o ex-ministro da defesa, Nelson Jobim, disse: "O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento".

Uma frase que impactou a todos e que me cria a impressão de ser uma leitura nietzscheana do cenário político brasileiro na atualidade. Vejamos. O filósofo Friedrich Nietzsche teve como uma de suas marcas principais a intolerância para com o que ele chamou de "ovelhas". O que seriam as ovelhas? Seriam seres aprisionados em dogmas, cuja maior atribuição é seguir cegamente os ditames de seu pastor e condutor de todo o rebanho.

Bem, ao longo do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, as ovelhas seguiam seu pastor e se colocavam de forma contrária aos programas políticos que firmaram os pilares para o desenvolvimento do país. E somente o faziam porque eram meros cumpridores de ordens, ainda que tais ordens fossem estúpidas, como a história prova que foram.

Atualemente as ovelhas estão no poder. Ora, sem autonomia como poderiam exercer as atribuições que os respectivos cargos públicos exigem? Sem norte, porque jamais tinham tido a responsabilidade de deicidir, vez que as ovelhas não decidem, cumprem ordens, não poderiam fazer nada além de promover a corrupção. Desse modo, submerso em sucessivos escândalos de corrupção sem planejamento de desenvolvimento financeiro, econômico e social, o Brasil vai se distanciando dos países emergentes, pois cresce, economicamente, abaixo dos demais.

Entendo porque Jobim nos falou, naquele instante, que estamos cercados por idiotas. Na gestão tucana, e em parceria com o saudoso Itamar Franco, os homens de governo planajavam o país. Disso ocorreu o plano real, o programa nacional de desestatização, a lei de responsabilidade fiscal, o desenvolvimento da embraer, a abertura da exploração do petróleo em parceria com a iniciativa privada, dentre outros.

E na atualidade? Temos um Fome zero que ninguém mais fala, um PAC, ironicamente chamado de Programa de Aceleração da Corrupção, porque é extremamente ineficaz e tem servido para o superfaturamento de obras; temos também o sigilo das licitações para a copa de 2014... Enfim, temos a inércia para planejar o país e uma metástase de corrupção que ameça corroer todas as instituições brasileiras e comprometer o nosso futuro.

O resultado disso: nossa juventude está mergulhada nas drogas pela falta de emprego e renda, e pela ausência de esperança; nossas escolas estão sucateadas; nosso sistema público de saúde deixa a desejar; vivemos uma crise moral quanto à política nacional...

Quanto tempo isso irá perdurar? Será que enquanto estivermos cercados por idiotas? O ex-ministro poderia nos responder a essa pergunta...